Porque você já deve saber que a normalidade nunca foi muito de andar de mãos dadas com a sua vida e agora não é diferente. E daqui há dez anos eu duvido que seja. Eu sei que você sempre observa tudo ao seu redor com bom humor, que você faz piada de todas as intempéries do caminho, que você me liga pra contar rindo dos problemas. E quando você me liga pra falar sério dos problemas, quem dá risada sou eu. 

O combo morar fora de casa+ficar longe da namorada+longe da família+longe dos amigos+roubarem seu iogurte é foda. É uma droga. Pode ser em Salvador, pode ser em São Tomás de Trás ou em Londres (talvez seja mais fácil em Londres). Mas o fato é que é difícil. Mas o outro fato é que eu acredito pra caralho em você e sei - quase da mesma forma que você sabe, porque nossa amizade permite essa comunhão de sensações - o quanto foi complicado trancar um curso, trancar outro curso, assumir um sonho, correr atrás dele e ter que desistir. Já disse que você é forte? Você é. Mesmo que tenha abandonado a academia junto comigo. Seu amigo que agora te escreve não teria nem metade do ímpeto pra tentar dominar a vida da forma que você tentou, digo isso sem exageros. 

Não estou aqui pra te motivar, nem pra rasgar seda no meu blog, nem pra dizer mais uma vez que você é meu irmão... É só que deu vontade de dizer - e de publicar - que eu tenho um orgulho da porra da sua falta de comodismo. Só peço que se aquiete numa droga de uma faculdade porque o padrinho dos meus filhos tem que ter um emprego decente antes dos trinta.

A estrada é o destino, meu chapa. Entendeu? A estrada é o destino. O que a gente constrói aqui e agora é o que nos orienta e é o que constitui essa aventura louca chamada vida.

Sou seu fã.

Ao infinito e além, que nós não somos homens de fraquejar, nem de perder a esperança. Já passamos por situações tão complicadas quanto. E nosso tim ainda é beta. E a gente ainda escreve bem. E a nossa amizade é do caralho.