O texto mais sem sentido e mais meu dos últimos tempos
quarta-feira, março 14, 2012
01:03
Eu queria mesmo saber o que fazer comigo mesmo de vez em quando. Com essa versão de mim cheia de cobranças, que cataloga uma série de medos, mas que olha assustado pro futuro, vibrando por confirmações, por mudanças radicais do guarda-roupa ao álbum de fotografias e ao mesmo tempo anseia pela estabilidade, pela revelação de que o texto pode se concretizar e.... Uma amiga acabou me dizendo que eram as surpresas que deixavam a vida mais interessante e saber pra onde ir, com quem ir e como ir o tempo todo tirava o sabor das coisas... E eu até acredito que seja assim, mas o que eu mais tenho buscado nas últimas caminhadas, por mais redundante que possa parecer, é justamente o caminho. Eu não sei se dá pra entender porque eu pareço tão confuso às vezes... E me perco em minhas reflexões. E sei que sempre me encontro, ainda que deixe um pouquinho de mim pra trás. É só que de vez em quando é difícil admitir a própria desorganização sentimental. Porque todo mundo quer parecer (o tempo todo) bem resolvido, sensato, superior, independente, forte... E esquece é de que se esforçar para se convencer de qualquer característica acarreta uma fragilização e um cansaço que paralisam diante de escolhas que são necessárias pra prosseguir. E eu detesto indefinições, que são muito diferentes das surpresas, aliás... Porque já as suporto por muito tempo.
Eu tenho minhas convicções, quero fazer certo, sem precisar usar de todas aquelas coisas que sempre taxei de imaturidade e covardia...
(E eu nem sei mais exatamente o tamanho da minha bagunça e nem de quem são as coisas que eu preciso devolver, nem se eu preciso devolver... Como aquele armário que dá medo de abrir só por não saber o que pode ser encontrado lá dentro. É exatamente assim que eu me sinto.)
Não quero ser um personagem de mim. Nem ser coadjuvante na história de ninguém. Nem quero um roteiro, pra ser franco. O que eu quero é... Organização? Disciplina? Paciência? Não é pra estudar, nem para a academia, nem para meu trabalho... É para o tal do armário que me dá medo de abrir só por não saber o que pode ser encontrado lá dentro. Esse armário é o meu coração.
"E então eu respirei fundo e ordenei a meu coração que reaprendesse a se blindar. Depois ri da ousadia. Era tão estúpido. Porque depois que a gente espeta os dedos numa rosa, pode deixar de perceber a beleza e só perceber os espinhos... e massacrar sem critério toda a ternura ou sutileza de qualquer outro tipo de flor. Ou da mesma."
*Os trechos entre aspas são da Elenita.
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