"E repelir como inútil tudo o que não contribuísse para a alegria imediata do coração, porque tinha um temperamento mais sentimental que artístico, procurando emoções e não paisagens..."

por inteiro

quinta-feira, fevereiro 21, 2013 00:56

[Escrito em 08/01, mas postado hoje... Porque sim.]

Eu não sabia que um corpo podia guardar tanta paz. Que um sorriso bobo podia ressignificar todo o cansaço de um dia. Eu não sabia que tantas reconsiderações podiam ser feitas num único segundo. Eu, na minha matemática, sabia que um mais um é igual a dois, mas de vez em quando a soma deve dar um. Eu que ainda não me conheço por inteiro, não imaginava me encontrar em outra pessoa. Eu que por tantas vezes não compreendo as minhas próprias razões, não julgava existir o perdão. Eu que me arrisquei em tantos textos e disfarcei minha carência com saudade, que chamei de ausência o que era abandono, que julguei ser amor o que era somente afinidade. Eu que me perdi tantas vezes, que me confundi, que esperei demais e entreguei de menos... Eu na minha distração, com as minhas teorias comportamentais, com os meus lemas, descobri que o poeta estava certo,  a vida é a arte do encontro. Eu que tinha construído a minha zona de conforto e esquecido de que o mundo além dela poderia me trazer... Alguém. Eu que nem sabia mais o que era ter alguém. Eu que talvez nunca tivesse tido alguém.

(Eu não sabia de nada. Continuo sem saber de muitas coisas. Continuo aprendendo a cada dia... Ainda que eu erre. Ainda que. Eu sou alguém que aprende e que tenta oferecer o melhor... Ainda que)

Eu que não usava camisa gola pólo, que não fazia a barba por pura preguiça, que não assistia The Big Bang Theory, que não tinha nenhum CD da Ivete, que nunca tinha ido ao Carnaval da capital do meu estado. Eu que nunca amei ninguém, mas você é quem? risos... Eu que escrevia sobre o amor, sem nunca ter tido a chance... Hoje vivo o sentimento. Por inteiro.