"E repelir como inútil tudo o que não contribuísse para a alegria imediata do coração, porque tinha um temperamento mais sentimental que artístico, procurando emoções e não paisagens..."

Entre... aberto.

domingo, março 04, 2012 21:49

Ontem eu cliquei num clipe, que me levou a outra música e depois, sem que eu escolhesse nada, me apareceu aquela canção do "Cidade Negra", as outras na voz linda da Paula Toller e eu não sei qual era a do destino ou do acaso ou das  forças aleatórias que programam a ordem de músicas daquele site, mas... Aquilo me fez um bem enorme. Todos os versos soltos que não significavam nada mais do que letras bem escritas... Aquilo me faz um bem enorme. Porque durante algum tempo todos aqueles versos despertavam muito mais.

E eu cheguei a conclusão de que não dá pra jogar sentimentos pela janela, nem despejá-los na lata do lixo, nem nenhuma outra solução imediata para se livrar de afetos. E às vezes é tudo tão bonito que a imaginação se deixa seduzir... E a cabeça da voltas e voltas que não culminam em nada. E é só pela razão de que não dá pra deixar tudo pra lá tão rápido. E meu metabolismo emocional é tão lento...

Mas o que eu descobri também é que sentimentos se renovam, se deslocam... Sozinhos. Sem fórmulas e nem buscas. E pode ficar só a saudade. Ou só a incerteza do "e o que aconteceria se...". E isso, sem dúvidas, não é suficiente pra mim. Porque não me leva para nada. Porque não me desperta mais nada. Posso sentir a saudade em uma tarde chuvosa de quarta-feira ouvindo a Marisa Monte, posso me perguntar o que aconteceria se, quando for refletir sobre os caminhos da vida... Mas vai parar por aí. Vai parar junto com a música da Marisa Monte e com a reflexão. E um dia vai parar para sempre. Porque sentimentos se deslocam...

(Se eu me apaixonei por você, te amei, tive apreço, gostei, te achei linda, vislumbrei futuros cinematográficos e quis tê-la como namorada... Que ótimo. É incrível saber que tive a oportunidade de sentir, pouco importando se houve correspondência.. Mas hoje isso não está mais aqui dentro de mim. Talvez esteja na minha agenda dos anos anteriores, na caixa em que guardo as cartas e as fotos, em textos no meu blog, em músicas nostálgicas e naquelas que nem chegaram a ser lançadas... Talvez esteja em qualquer outro plano externo. Mas em mim, no meu coração, não está mais. E é disso que eu preciso me convencer, nem que seja por meio de uma ordem de canções aleatórias.)




















Ando com vontade de acreditar... É só isso que eu quero.